terça-feira, 13 de março de 2012

1 mês nos EUA!

Hi everybody! Eu venho preparando esse post há algum tempo, mas decidi deixar pra postar hoje, nessa data muito especial pra mim. Hoje faz um mês que eu cheguei nos EUA! Há um mês eu deixei para trás minha família, minha vida e tudo o que eu conhecia e que era confortável para embarcar rumo ao desconhecido, ao inseguro. Alguns podem dizer que só os loucos fazem essa troca, mas, para mim, quem tem a coragem de largar tudo para trás e seguir um sonho pode ser tudo, menos doido. Enfim, há um mês atrás eu estava certa de que não conseguiria cumprir o meu ano aqui, que voltaria para casa. Há um mês eu estava chorando e me achando a pessoa mais estúpida do mundo por ter inventado esse intercâmbio. Hoje não, hoje eu me acho uma pessoa mais forte e capaz, sim, de cumprir o que planejei. Um mês. Acho que esse é o tempo para nos adaptarmos e percebermos se queremos ou não continuar essa aventura. Nas primeiras semanas você apenas tem que ser forte e suportar, mas depois desses 30 dias você já consegue ver as coisas com a cabeça fria.

Mas então, em um mês você vai se sentir em casa? Não. Em um mês você vai conseguir falar inglês fluente com seus hosts? Não. Em um mês você vai achar que essa é sua vida e seu destino? Não. Mas com um mês você consegue perceber que a cada dia fica mais fácil, você consegue pensar em tudo o que passoupara chegar aqui e em tudo de bom que virá caso cumpra esse ano. Não é fácil, não, mas não é impossível.

Mas deixa essas filosofias pra lá. Hoje vou falar sobre o meu relacionamento com a minha host family, sobre o schedule e sobre como tem sido a minha vida americana.

Como eu disse no post anterior, eu fui muito bem recebida aqui. A ex au pair ainda estava na casa e me ajudou muito com tudo. Os hosts me trataram muito bem desde o início e as meninas, para a minha felicidade, não me estranharam. Porém, eu estava com uma homesick braba, e a cada dia só conseguia pensar que aqui não era o meu lugar e que queria voltar para casa. Eu tinha vontade de chorar toda hora e por qualquer motivo. Não adianta, por mais que a família seja legal, você sente que não é a sua família, não é onde você é o centro das atenções e cuidados, não é onde todo mundo te ama e te faz feliz. Eu não consigo nem imaginar como as meninas que caem em famílias loucas conseguem superar esses primeiros dias. Sério, é muita emoção junta. Eu, que me achava uma pessoa forte e até fria, me senti uma bebê chorona. Mas enfim, é só dar tempo ao tempo que a gente vai superando essa fase.

Os primeiros dias com a família são muito estranhos. Você não sabe direito como agir e o que falar, seu inglês parece uma grande porcaria e você acha que não consegue se comunicar direito, e é tanta informação que você acha que a sua cabeça vai explodir! Você quer fazer as coisas e ajudar mas não sabe como, quer conversar mas não sabe o que. É estranho rs. No primeiro dia nós fomos tomar café da manhã na praia (eu, a host, a ex au pair e as meninas), e eu fui bela e de manga curta em pleno inverno! Oh delícia! Rs. Apesar de eu gostar de ter a ex au pair junto, eu me sentia meio excluída, porque as duas conversavam sobre assuntos normais para elas e eu meio que só ficava ouvindo. No resto do dia nós ficamos em casa, e eu fiquei mais observando como tudo era feito e tomando notas na minha cabeça rs. No Sábado durante o dia nós não fizemos nada, e, de novo, eu fiquei socializando com eles e ajudando com o que podia. A noite eu, a host e a ex au pair fomos a um restaurante italiano muito bom. Foi aí que eu comecei a perceber porque as pessoas engordam aqui. O prato é ENORME, parecia mais uma pizza, e o refri é refil, você paga um e eles ficam trocando o seu copo toda hora. Sério, muito anormal. Eu tive que embrulhar para trazer metade da minha massa. Esse é um hábito muito normal aqui, pedir para embrulhar, ou pedir uma caixa. Como eu disse, tudo é muito grande. Eu vou me matar se chegar no final do meu ano aqui conseguindo comer um prato completo num restaurante rs.

No domingo não fizemos nada demais, mas foi bom passar esse tempo com eles como família. É bom pra gente ver como as coisas funcionam no dia-a-dia.

Segunda foi feriado aqui, e nós fomos todos no zoológico de Miami. É lindo e imenso, mas nesse dia eu estava mais homesick do que nunca. Eu queria chorar toda hora, mas tinha que engolir o choro e sorrir. Nada especial ou ruim havia acontecido, mas é algo que a gente não sabe porque acontece ou como controlar. Tirando isso, foi um dia bom e um passeio legal. Eu dei comida para as girafas! Quem diria! Eles tem nesse zoológico tipo um palanque que você pode subir e alimentar as girafas, com a comida comprada lá. Eu tenho fotos, mas por algum motivo desconhecido não estou conseguindo colocar fotos aqui, toda hora que eu coloco uma todo o post sai do formato e fica estranho. Então, a princípio, vai ser só texto mesmo. Se alguém aí souber como consertar isso, por favor, me fala! Ainda mais agora que finalmente arrumei uma câmera pra tirar fotos rs.

Enfim, na terça-feira foi o primeiro dia que eu fiquei sem os hosts em casa, então foi nesse dia que eu peguei a rotina mesmo. Ficou eu e a ex au pair, mas eu fui fazendo mais as coisas e ela me auxiliando. O primeiro dia que eu fiquei sozinha mesmo com as meninas foi na quarta, quando a host foi levar a ex au pair no aeroporto. Deu tudo certo, mas vou dizer, duas crianças under 2 é loucura total!

Nesse dia o clima ficou meio estranho aqui, aliás, por uns dias. A host simplesmente ficou muito triste com a partida da ex au pair, pois elas eram muito amigas. Eu me senti meio de lado, meio intrusa, sem lugar na casa. Mas tudo isso foi passando, aos poucos a gente conquista o nosso espaço, e os hosts aprendem a gostar da gente do nosso jeito. Mas nem tudo são flores, principalmente nessa fase inicial. Umas duas semanas depois que eu cheguei eu fui pedir uma opinião para a host, sobre o que ela estava achando, essas coisas. Nós tivemos uma conversa bem legal aquele dia, ela disse o que ela achava e o que podia melhorar, e eu disse o meu ponto de vista. No final, cada um cede um pouco. A gente tem que ter a cabeça aberta, e se você não está disposta a mudar nem um pouquinho o seu modo de viver, por favor, repense esse intercâmbio. Depois desse dia nossa convivência melhorou 100%, e eu senti que fui conquistando o meu espaço aqui, e não que estava esmagada pelo espaço da outra au pair.

Hoje, depois de um mês, minha convivência com os hosts é ótima. Eu converso muito com eles (principalmente com a host), nós assistimos séries juntos, jantamos juntos, enfim, coisas normais que uma família faz no dia-a-dia. E, esse dias, eu cheguei no meu quarto e tinha um cartão da host e um chocolate. No cartão estava escrito: “Thais, we’re so glad you’re here. Thanks for everything you do for my familu. XOXO”. Nossa, nada como uma coisa assim pra fazer a gente ganhar o dia. Sério, não há nada melhor do que ver que seu esforço está sendo reconhecido.

Eu sinto que estou cada dia mais próxima da host, ela é muito legal mesmo comigo. Mas olha, não basta querer ser tratada como parte da família, a gente tem que agir como tal. Aqui eu tenho muito, sim, mas eu também trabalho pra encrenca, e mesmo no meu tempo off eu faço a laundry da família toda, ajudo com a janta, ajudo com as meninas, cuido da louça, enfim, coisas que, pelo contrato, não seriam meu “trabalho”. Mas pensem bem, eu teria que fazer a laundry das meninas, então dá na mesma eu jogar as roupas delas na máquina de lavar e depois na de secar ou jogar as deles junto. E eu aproveito e ponho as minhas também (não as íntimas, essas eu lavo no banho rs). E eu janto com eles, nada mais justo do que ajudar com isso. Colocar as louças na lava-louças? Não quebra a mão de ninguém. E quando se lida com crianças você não pode simplesmente dizer “não vou brincar contigo agora porque to off”, ou “não me pede nada porque to off”. As crianças vão acostumar contigo, a pedir coisas pra você, e você não vai simplesmente ignorar.

Eu passo a maior parte do meu tempo off lá embaixo com eles, mas eu escolhi isso, e eles querem isso, alguém para estar com a família, não simplesmente pra trabalhar aqui. Eu trabalho muito, sim, mas vale a pena.

Só não esperem chegar já se sentindo em casa e parte da família. Isso vai vir aos poucos, com a convivência diária.

Bem, pra falar um pouquinho sobre a rotina de uma au pair, eu vou dizer como é meu schedule. Isso varia muito de família para família, depende da ocupação dos hosts, das idades das kids, mas enfim, o meu é basicamente assim:

7:00: acordar

7:30 – 8:30: descer. Preparar o almoço para a mais velha levar para a escola e o café da manhã das duas. Arrumar a mais velha pra escola (a host ajuda, mas geralmente ela também está se arrumando) e dar a mamadeira da mais nova. No meio dessa correria eu arrumo tempo de tomar o meu café da manhã também.

8:30 – 10:30: ficar com a mais nova. Nesse tempo eu brinco com ela, assistimos TV, levo ela pra dar uma volta ou pra brincar do lado de fora. Ela completou 1 ano semana passada, então não tem muito o que fazer. É mais entreter mesmo, tentar ler alguma coisa, as vezes ponho musica pra ela dançar, enfim, coisas assim.

10:30 – 11:30: dar a segunda mamadeira e o almoço. O almoço aqui é muito fácil de fazer, ela come salsicha, chicken nuggets, grilled cheese, peito de peru, macarrão com queijo, enfim, tudo pronto que a gente só põe no microondas. Sempre no almoço ela come um vegetal, tipo milho ou ervilha, e uma fruta, como morango ou pêra.

11:30 – 13:30: nap time! Esse é mais ou menos o tempo que ela dorme. É claro que bebês não são exatos, as vezes ela vai dormir um pouco antes, as vezes um pouco depois. As vezes dorme duas horas, as vezes meia hora, mas é mais ou menos esse tempo. Nessa hora eu cuido da louça (diga-se: encher ou esvaziar a lava-louças), faço a laundry, dobro as roupas e, é claro, checo o facebook rs. É nessa hora que eu tenho tempo pra comer, escovar os dentes e simplesmente sentar um pouco.

13:30 – 15:30: entreter ela de novo. Geralmente dou um yogurte ou algo assim quando ela acorda.

15:30: a host chega com as mais velha e eu fico “off”. Entre aspas porque no papel eu não estou trabalhando, mas na prática é bem diferente. Eu ainda estou ali, ajudando, dando janta, tomando conta, trocando fralda e afins. A host assume bem as meninas e nem por um momento simplesmente joga elas pra mim, mas eu fico ajudando, pelo menos até o host chegar. É quando eu subo pra tomar um banho, falar no skype, escrever o blog etc.

Bem, já são 11 horas da noite aqui e amanhã eu tenho que madrugar, então vou só dizer algumas coisas que já acontecerem nesse um mês de EUA:

- Vi NY city

- Vi um esquilo no meu quintal. Sério, me senti muito americana nesse dia rs.

- Comi um cupcake (cuja foto não consegui colocar aqui).

- Comprei 5 blusas no walmart por 5 dólares cada.

- Fui na Target e descobri como as coisas aqui são baratas

- Participei de uma festinha de 1 ano americana (da minha kid)

Enfim, em um mês passei de deprimida querendo voltar para casa para uma au pair que ainda preferia estar em casa, mas que está aproveitando essa experiência e se dando conta do tamanho dessa aventura!

Vou ficando por aqui. Até mais.

Bye bye :D

8 comentários:

  1. Oi Thais!
    Realmente um mês acho que é tempo certo pra vc se adaptar e começar a aproveitar o que tem de bom por ai!!
    Adorei o post, super detalhado! É bom saber como é a rotina de au pair e o relacionamento com a família!
    Boa sorte pra vc e volta pra contar mais do seu dia-a-dia pra gente!
    Beijos

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  2. Oiii Thais, fico feliz q vc esta se adaptando bem e c a family tb! Ahhh, n podemos surtar e querer voltar logo no 1 instante, temos q esperar e ver como vamos reagindo com o passar dos dias né? Amei o post! Continue postando!!!
    Ahhh, tenho uma BIG novidade: PASSEI NO iTEP (c 4 uhulll) agora estou aguardando ficar on.
    Super beijo

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  3. Aiiiiiiii que post mais lindo..amei amei e amei...parabens viu..e eu penso igualzinho vc...se vc quer ser parte da família faça por merecer..se vc já é uma folgada e n faz nd na sua casa aki no BR ajudar será um sacrifício....uma casa e mais crianças pra cuidar é mta coisa e nós sabemos disso..não custa nada ajudar os hosts oras!!!...vou ajudar quando eu for.mas sem exageros...hehehehe...
    Parabens e tomara que os próximo 11 meses ou 23 sejam mais do que especiais!!!..bjossss

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  4. Thais, adorei o seu post!!! Suuuper detalhado o seu dia a dia... eu já tenho um match, estou só aguardando o embarque rsrsrsrs... Legal saber como é mais ou menos um schedule e concordo contigo: a gente tem que ser pró-ativa, participar e oferecer ajuda. Nada de ficar de preguiça, no começo é preciso se esforçar pra que a família veja seu empenho... ajudar não custa nada, se na sua casa vc já dava um help, na casa dos hosts não será diferente né... Adorei seu blog também... já sou membro!!!

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  5. Oie Thais
    Parabéns pelo 1 mes!
    Adorei o post, tenho certeza q essa onda de Homesick vai passar logo, isso é fase...
    Estou torcendo muito por vc =)
    Bjao

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  6. Queridonaaa 1 mes jaa?? como passa rapido! Logo sou eu que estou ai!
    segunda é meu embarque e ja esotu me preparando para essa sensação de porque eu fui inventar isso? rsrsrs
    fico feliz de ver que voce esta se adaptando e que esta cada dia melhor, fico feliz por isso!
    Não nos abandone aqui eim? Quero manter ctt contigo!
    Se quiser visitar Ny ja sabe ne? Minha casa esta de portas abertas para vc!
    bjs

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  7. Que maravilha Thaís vc se atualizou no meu blog e eu no seu! Eu também trabalho muito aqui e no meu tempo off e não ligo na verdade adoro porque sou tratada como filha! Tb quero colocar minha rotina no meu blog adorei a sua e fiquei muito feliz que vc melhorou!!! Parabéns pelo seu primeiro mês!!!! A jaqueline fez treinamento comigo e esta morando pertinho de vc... Beijossss

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  8. adoreii seu blog! muito útil e interessante :D
    estou no processo também... ainda estou esperando ficar on.. mas nossa ansiedade para saber o que acontecerá a partir disso é mil né? iauahuiahiuahauihau
    obrigada pelas dicas...
    beijosss

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